A Organização das Nações Unidas (ONU) está compilando evidências que podem ser usadas em processos futuros contra as autoridades israelenses envolvidas na expulsão de Salah Hamouri, ativista e advogado de direitos humanos franco-palestino.
Uma equipe de investigadores da ONU confirmou manter uma lista de possíveis responsáveis pela deportação arbitrária de Hamouri, dentre os quais, a companhia aérea El-Al, que o levou para a França.
O advogado de 38 anos foi mantido em custódia da ocupação sem julgamento ou acusação, sob alegação de integrar a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), considerada “grupo terrorista” por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
Hamouri contestou as acusações, mas foi expulso dos territórios ocupados após seu visto de residência em Jerusalém Oriental ser cassado por uma suposta “quebra de lealdade” a Israel, medida rechaçada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU como “crime de guerra”.
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No segundo relatório da comissão, desde sua criação em 2021, encaminhado ao Conselho de Direitos Humanos, os investigadores informaram que parte do processo inclui compilar “nomes e informações de possíveis responsáveis e indivíduos envolvidos criminalmente”.
“Exigir lealdade das pessoas protegidas em território ocupado é uma violação repreensível da lei humanitária internacional”, reafirmou Chris Sidoti, um dos três comissários, em nota.
Hamouri era advogado da Associação por Direitos Humanos e Apoio aos Prisioneiros Addameer, criminalizada por Israel. Foi preso em 2017 e posto sob “detenção administrativa”.
Em 2020, o parlamento da ocupação (Knesset) aprovou uma lei para cassar vistos de residência dos palestinos nativos – prática que integra o regime de apartheid imposto por Israel. Hamouri foi então deportado em 2022.
A investigação internacional sobre seu caso ainda está em curso.