O Iraque pediu aos países ocidentais que permitam o retorno de seus cidadãos mantidos no infame campo de detenção de al-Hol, na província de Hasakeh, no noroeste da Síria, permitindo assim que o local seja enfim fechado.
Há receios de que al-Hol, que abriga parentes e supostos militantes do Estado Islâmico (Daesh), se torne uma “incubadora de terroristas”.
Al-Hol recebe seu nome de uma cidade localizada perto da fronteira sírio-iraquiana. Dezenas de milhares de pessoas continuam no local, após o grupo terrorista perder seu último bastião na Síria, ainda assolada pela guerra civil, em 2019.
“Dar fim à questão de al-Hol se tornou prioridade para o Iraque”, declarou Ahmad Sahhaf, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, segundo a imprensa estatal. “Todos os países que têm cidadãos em al-Hol devem repatriá-los o mais breve possível para eventualmente fechar o local, perigoso epicentro de atividades do Daesh”.
Os comentários de Sahhaf foram feitos durante uma conferência realizada em Bagdá nesta segunda-feira (12), que contou com a presença do representante das Nações Unidas no Iraque, além de membros da coalizão internacional de combate ao Daesh, ongs e embaixadores.
De acordo com a rede Associated Press , o campo abriga 51 mil pessoas, a grande maioria, mulheres e crianças, incluindo viúvas e órfãos de militantes do Daesh, com destaque para cidadãos sírios e iraquianos.
Outras oito mil pessoas de 60 nacionalidades vivem em uma parte do campo conhecida como “anexo”, onde supostamente estão os apoiadores mais veementes da organização.
Na quinta-feira (8), o chanceler iraquiano Fuad Hussein reportou que seu país repatriou três mil ex-combatentes do Daesh então radicados na Síria, para que sejam julgados adequadamente nos tribunais locais.
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