Emmanuel Macron, presidente da França, e Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, ressaltaram apelos para que o Líbano supere seu vácuo político, após um novo fracasso do Estado levantino em eleger seu presidente.
Bin Salman conduziu uma visita oficial à França para promover a campanha da monarquia para que receba a Feira Mundial de 2030. Em reunião com Macron, ambos descreveram a vacância presidencial em Beirute como “persistente obstáculo para resolver a severa crise socioeconômica que assola o país”
O Líbano continua sem presidente desde o fim do último ano, quando se encerrou o mandato do então incumbente Michel Aoun.
Na última quarta-feira (14), o parlamento libanês fracassou pela 12ª vez em escolher um chefe ao executivo, em meio a divergências entre o movimento xiita Hezbollah, aliado de Teerã, e opositores sobre os eventuais candidatos.
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Segundo nota da presidência francesa após o encontro, Macron e bin Salman pediram “fim urgente do vácuo institucional no Líbano” e reiteraram “compromisso mútuo à segurança e estabilidade no Oriente Médio, assim como anseio para juntar esforços e atenuar tensões”.
Paris prometeu ainda “desenvolver e aprofundar a parceria entre ambos os países” e “apoiar a Arábia Saudita em seus esforços para fortalecer suas capacidades de defesa”. A monarquia, no entanto, é veementemente criticada por intervir militarmente na região — sobretudo no Iêmen –, além de recorrentes violações de direitos humanos.
Em referência à chamada Visão 2030 – plano de bin Salman para “modernizar” a monarquia, melhorar sua imagem e diversificar a economia –, Macron ecoou promessas de colaboração por meio de empresas europeias.
O príncipe saudita deve também participar da Cúpula sobre o Novo Pacto Financeiro Global nesta semana, entre 22 e 23 de junho, cujo anfitrião é o presidente francês.
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