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Serviços essenciais se aproximam do colapso no Sudão, alerta Cruz Vermelha

Confrontos entre as Forças Armadas do Sudão e as Forças de Suporte Rápido (FSR) na capital Cartum, em 9 de junho de 2023 [Stringer/Agência Anadolu]

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) advertiu nesta segunda-feira (19) que os serviços essenciais no Sudão se aproximam do colapso devido ao conflito entre as Forças Armadas e as Forças de Suporte Rápido (FSR), segundo informações da agência Anadolu.

“Após dois meses de conflito, confrontos em áreas urbanas densamente povoadas deixaram um impacto desastroso sobre a infraestrutura civil, em particular, na capital [Cartum] e seus arredores, além da região de Darfur”, destacou a Cruz Vermelha em comunicado.

“Centenas de milhares de civis em Cartum estão há várias semanas sem água potável ou luz elétrica, tendo de caminhar longas distâncias, pondo sua vida em risco, para conseguir bens essenciais”, destacou a nota, ao constatar a grave carestia e a escassez de combustíveis que assola o país.

Jean-Christophe Sandoz, chefe da delegação da Cruz Vermelha no Sudão, reiterou que a lei humanitária internacional prevê proteção a novos deslocados e esforços de manutenção e reparo de infraestrutura civil. Entretanto, equipes no país não conseguem acessar os locais devido aos conflitos.

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A Cruz Vermelha observou ainda o risco da disseminação de doenças transmitidas pela água, em meio à temporada de chuvas.

“Vários bairros estão sem coleta de lixo há semanas; cadáveres continuam nas ruas, a céu aberto, em áreas difíceis de alcançar”, reafirmou o alerta. “Muitos residentes, porém, não têm alternativa senão recorrer às águas poluídas do Nilo e de outras fontes”.

Além disso, diversas instalações médicas foram forçadas a fechar as portas. Conforme estimativas, em Cartum, somente 20% das instalações ainda funcionam. Em Darfur, a situação é crítica.

“O sistema de saúde se encontra sob enorme pressão, não apenas para tratar os inúmeros feridos, mas também para prover serviços de rotina à população”, acrescentou.

O Sudão é tomado por confrontos entre o exército regular e as Forças de Suporte Rápido (FSR) desde abril, em meio a divergências sobre as condições de transição à democracia. Quase mil civis foram mortos e milhares ficaram feridos, segundo fontes locais.

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