Membros de extrema-direita do parlamento israelense (Knesset) ameaçaram cortar fundos e mesmo “explodir” um acampamento destinado a auxiliar jovens palestinos e israelenses que perderam entes queridos devido à ocupação.
Durante reunião semanal do Comitê de Educação, Cultura e Esportes, o congressista Almog Cohen, membro do partido extremista Otzma Yehudit (Poder Judeu), prometeu “explodir a colônia” em seu primeiro dia de atividades, em Ben Shemen, na região central do território designado Israel.
“Vou aparecer lá no primeiro dia de férias e destruir tudo”, declarou o deputado. “Vou aparecer com outros dez colegas e, com sorte, mataremos quantos terroristas [sic] for possível e pouparemos o máximo de inocentes”.
A colônia aluga parte de seu terreno a diferentes associações durante o verão. Neste ano, o espaço foi agendado pelo o grupo israelo-palestino Fórum de Famílias e Círculos Familiares (PCFF), o que levou Hanoch Milwidsky, colega de partido do premiê Benjamin Netanyahu, a descrever o contrato como “imperdoável” e instigar ataques contra o local.
“Podemos não ter poder legal para impedi-los e obrigá-los a cancelar o contrato assinado com esse órgão desprezível, mas ouça com atenção: este governo veio para ficar e vamos olhar com muita, muita atenção os recursos públicos destinados a gente assim”, alertou o deputado.
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Ilana Tischler, diretora do centro de jovens de Ben Shemen, no entanto, destacou que o PCFF é uma entidade legal e, portanto, recusar seu acesso seria discriminação.
Yuval Rahamim, codiretor do fórum, expressou “choque com os ataques violentos e selvagens e as ameaças explícitas de membros do Knesset”.