Um acordo para estabelecer uma zona franca entre Irã, Rússia e diversos países da região ampla da Eurásia, desde as fronteiras do Leste Europeu às províncias ocidentais da China, pode sair do papel até o fim do ano, informou nesta segunda-feira (19) a imprensa russa.
O vice-premiê, Alexei Overchuk, declarou à agência estatal TASS que as conversas entre Irã e a União Econômica da Eurásia – que consiste em Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Rússia – estão na fase final.
“Estamos avançando”, afirmou Overchuk. “Temos esperanças de que um acordo seja assinado até o fim do ano”.
Estados eurasianos e Irã assumiram maior importância à zona de influência de Vladimir Putin desde a imposição de sanções ocidentais contra a invasão da Ucrânia, que restringiu as rotas comerciais russas e forçou o Kremlin a buscar mercados fora da Europa.
No entanto, apesar da aproximação entre Moscou e Teerã desde fevereiro de 2022 – quando Putin lançou sua campanha no país vizinho, incluindo a compra de drones armados iranianos –, o crescimento no comércio entre as partes ainda é considerado “moderado”.
LEIA: Chanceler saudita chega a Teerã em etapa de reaproximação
A troca de commodities entre Rússia e Irã cresceu 20% em 2022, segundo dados do Kremlin, somente dois terços quando comparada ao comércio com a China – parceiro estratégico em expansão, sobretudo nos últimos dois anos.
O acordo regional com Teerã substituiria e ampliaria um pacto interino que já provê redução nas taxas alfandegárias a centenas de produtos.
Em novembro passado, a Rússia começou a trocar produtos derivados de petróleo com a república islâmica. Em março, Teerã alardeou “enorme volume” no comércio de insumos energéticos, incluindo petróleo e gás natural.
Overchuk não concedeu detalhes, mas insistiu que as negociações sobre a criação de um mercado comum de gás natural também continuam dentro do âmbito eurasiano.
LEIA: Khamenei do Irã diz que ‘não há nada de errado’ com o acordo nuclear com o Ocidente