O Marrocos confirmou sua desistência de sediar o segundo Fórum do Negev marcado para julho, reportou nesta terça-feira (20) o jornal Times of Israel.
A conferência tem como países-membros Estados Unidos, Israel, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Egito. Além de emissários de política externa dos países citados, que possuem laços normalizados com Israel, a Autoridade Palestina (AP) tem assento.
O principal objetivo do fórum, neste contexto, é mobilizar esforços coletivos de segurança em favor do Estado de apartheid.
Conforme fontes israelenses e americanas, a razão para o cancelamento é a recente decisão do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de expandir assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada.
A segunda cúpula seria realizada em março, mas foi adiada várias vezes devido à escalada israelense contra os palestinos. Há ainda “desconforto” entre os membros árabes sobre a coalizão extremista de Netanyahu, segundo as informações.
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O Marrocos concordou em receber o fórum na semana passada, mas voltou atrás após Israel anunciar planos para construir 4.500 unidades coloniais nos territórios ocupados. Netanyahu também conferiu a Bezalel Smotrich, ministro das Finanças e deputado de ultradireita, novos poderes sobre os assentamentos.
Apesar de negar impacto direto nos esforços de Joe Biden para normalizar laços entre Israel e Arábia Saudita, um oficial americano admitiu revés. “A atmosfera fica pesada com essas coisas? Certamente. Eu me concentraria em não fazer nada que impedisse os sauditas de assinar um acordo, mas não foi a escolha que fizeram”, declarou a fonte.
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