Manifestantes de esquerda em Tel Aviv colaram imagens de melancias em 16 vans que percorreram a cidade com o texto “Isso não é uma bandeira palestina”, para desafiar a criminalização de símbolos nacionais árabes por Israel.
Raluca Ganea, diretora do movimento cívico Zazim, que organizou o ato, comentou: “Nossa mensagem ao governo é bastante clara: sempre acharemos um jeito de contornar decisões absurdas e nunca deixaremos de lutar pela liberdade de expressão e pela democracia, seja por meio da bandeira do orgulho gay, seja por meio da bandeira palestina”.
Apesar de não haver leis que criminalizem abertamente a bandeira palestina, policiais e soldados israelenses executaram uma série de prisões contra ativistas sob o pretexto de “perturbação da paz”.
כשהממשלה סותמת פיות באלימות – חייבים להתנגד! האלימות כלפי מי שמניף את דגל פלסטין הולכת וגדלה בחסות הממשלה, אבל לא ניתן להם לרמוס את הדמוקרטיה ואת חופש הביטוי. מצאנו דרך יצירתית להעביר את המסר שלנו על מוניות שירות בגוש דן – שתפו עכשיו כדי שהמסר יופץ כמה שיותר: pic.twitter.com/7RKKWFfM67
— זזים – קהילה פועלת | ززيم | Zazim (@zazim_org_il) June 21, 2023
Segundo o jornal Times of Israel, uma mulher foi detida durante a Parada do Orgulho Gay de Haifa por exibir uma bandeira palestina, sob instruções diretas de Kobi Shabtai e Itamar Ben-Gvir – comissário da polícia e ministro de Segurança Nacional, respectivamente.
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O partido de extrema-direita Otzma Yehudit (Poder Judeu) – ao qual pertence Ben-Gvir – apresentou um projeto de lei para caracterizar grupos acima de três pessoas que exibam bandeiras palestinas como “entidade hostil”, sob pena de um ano de prisão.
Segundo o jornal Haaretz, o projeto, que demanda apenas três votos adicionais para ser aprovado no Knesset (parlamento), permitirá a criminalização de atos cívicos e símbolos nacionais palestinos.
A proposta sucede a aprovação da leitura preliminar de uma controversa lei para proibir que instituições ligadas ao Estado hasteiem a bandeira palestina.
A ocupação israelense é denunciada por tentar apagar a presença palestina de suas terras nativas – incluindo os territórios ocupados durante a Nakba ou “catástrofe”, em 1948, por meio de limpeza étnica, quando foi criado o Estado de Israel.
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