A Frente Democrática pela Libertação da Palestina (FDLP) condenou nesta sexta-feira (23) o silêncio da Autoridade Palestina (AP) sobre a escalada de violência colonial perpetrada por forças israelenses na Cisjordânia ocupada.
“Nosso povo começa a questionar quando a liderança política da Autoridade assumirá suas obrigações éticas e nacionais”, reafirmou a Frente Democrática em nota. “Quando a AP sairá em defesa dos palestinos e sua dignidade nacional contra os ataques brutais de colonos, que se tornaram um fenômeno diário com pleno apoio das forças da ocupação?”
Segundo o comunicado, os eventos nas comunidades palestinas de Turmus Ayya, Huwwar, Orif, Saanjal, entre outras, “indicam uma nova política da ocupação em curso”.
Para a Frente Democrática, essa política “se baseia em deixar os colonos livres para atearem fogo a casas, carros e propriedades e implantar o medo, para repetir os feitos de 1948” – na ocasião da Nakba ou “catástrofe”, quando milícias sionistas realizaram chacinas na Palestina, conforme planos de limpeza étnica, para abrir caminho à expropriação de terras e à criação do Estado de Israel.
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“Os palestinos têm ciência disso e o cenário de 1948 jamais se repetirá”, reiterou a nota. “No entanto, isso não isenta a Autoridade de seu dever em defendê-los”.
Conforme o comunicado, a liderança política em Ramallah não vem trabalhando o bastante para pressionar o atual governo dos Estados Unidos a dar fim aos ataques coloniais de Israel. “Trata-se de um joguete ridículo”, acrescentou.
Ao mesmo tempo, contudo, reafirmou que a posição de Washington não é neutra, mas sim favorável à ocupação. “Isso fica claro quando a Casa Branca condena atos de autodefesa dos palestinos enquanto expressa mera preocupação sobre a violência e os crimes de Israel”.
Ao concluir a nota, a Frente Democrática instou a Autoridade a adotar meios de resistência popular, incluindo resistência armada, contra a ocupação colonial, além de emitir decisões estratégicas pela libertação do povo palestino.
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