“Não prometo nada senão trabalho, trabalho, trabalho e paciência”, declarou nesta nesta sexta-feira (23) o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, em resposta aos apelos de seus concidadãos por melhoras nas condições de vida e pressões internacionais por uma resposta adequada a violações de direitos humanos.
Em discurso proferido na sessão final da Cúpula do Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, Sisi reconheceu que, caso os povos da África não tenham esperanças em seus respectivos países, sentirão necessidade de migrar à Europa.
Em vídeo divulgado por seu canal do YouTube, o presidente e general destacou: “Falo hoje com vocês de minha experiência pessoal no Egito. Em nossas nações emergentes, sempre há promessas feitas por seus líderes e candidatos para isso ou aquilo”.
“Em minha campanha, jamais prometi nada”, alegou Sisi, que chegou ao poder via golpe de Estado militar em 2014. “Ao contrário, não prometo nada senão trabalho, trabalho, trabalho e paciência. Jamais lancei um projeto que não estivesse pronto. Não queremos prometer um monte de coisas e entregar apenas uma parte”.
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Segundo a versão de seu governo, Sisi foi eleito em 2014 para um mandato de quatro anos e reeleito em 2018. Porém, como ministro da Defesa, o atual presidente depôs seu antecessor Mohamed Morsi – primeiro chefe de governo democraticamente eleito do Egito. As eleições seguintes foram marcadas por fraude e violência.
Sisi citou comentários do Ocidente sobre direitos humanos, mas minimizou as denúncias ao aludir a problemas distintos. Conforme Sisi, “falou-se muito de direitos humanos”, enquanto 27 mil refugiados morreram no Mediterrâneo nos últimos dez anos.
Concluiu o presidente: “Se os povos da África não tiverem esperanças e chances de uma vida melhor, sentirão necessidade de migrar aos países da Europa. No Egito, temos nove milhões de convidados [sic]”.