Reservistas de Israel ameaçam suspender trabalho voluntário contra reforma judicial

Dezenas de reservistas e soldados israelenses ameaçaram neste domingo (25) interromper o serviço voluntário em protesto à retomada da tramitação da reforma judicial proposta pelo premiê Benjamin Netanyahu. As informações são da rede de notícias Arab48.

O alerta sucedeu a decisão de Netanyahu de “ir fundo”, ao pressionar pelo projeto de lei que retira poderes da Suprema Corte, em favor do executivo.

Netanyahu anunciou novos esforços após reunião com os ministros Yariv Levin (Justiça), Ron Dermer (Assuntos Estratégicos) e David Amsalem (Cooperação Regional).

A proposta abre espaço para nomeação de ministros condenados criminalmente, como no caso de Aryeh Deri, vice-premiê e ministro da Saúde. Deri, líder do partido ultraortodoxo Shas, foi exonerado pela justiça em janeiro deste ano.

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O próprio Netanyahu é réu por corrupção e crime de responsabilidade.

Em nota, os reservistas da Unidade 8200, batalhão de inteligência do exército, denunciaram: “Esta é uma maneira de reforçar uma abordagem autoritária” por meio de “leis ditatoriais … capazes de dar fim à democracia em Israel [sic]”.

O comunicado advertiu ainda para uma possível “fuga de cérebros” caso o projeto de lei seja aprovado pelo parlamento (Knesset).

“Sem democracia, não há exército ou segurança”, afirmou a nota. “Trata-se do fim do Estado de Israel. Portanto, defenderemos nossa democracia [sic] com corpo e alma”.

Israel é tomado por protestos de massa há meses contra a reforma judicial. Os atos, porém, parecem se concentrar em uma imagem de “democracia” no Estado colonial israelense, ao ignorar o regime de apartheid imposto contra os palestinos.

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