Segundo reportagem da televisão israelense transmitida neste domingo (25), os confrontos entre residentes drusos e forças da ocupação em Golã e a decisão do governo de congelar as obras de uma fazenda eólica na região puseram em rota de colisão o ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, e o chefe do Serviço Secreto (Shin Bet), Ronen Bar.
Conforme relatos, ambos tiveram uma discussão acalorada por telefone, na noite de sábado (24), durante a qual Ben-Gvir expressou descontentamento com a recomendação da agência de segurança doméstica de suspender o projeto no território sírio.
O debate ganhou ares de altercação verbal quando o ministro de extrema-direita criticou o diálogo com os drusos, ao alegar que o serviço israelense assume uma postura mais severa contra os atentados cometidos por colonos ilegais na Cisjordânia ocupada.
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“Se fosse a Juventude das Colinas, a punição seria imediata”, disse Ben-Gvir, em referência a um grupo colonial extremista que realiza ataques contra civis palestinos e mesmo soldados da ocupação. Vale notar que colonos israelenses são raramente punidos pelo establishment sionista, o que contradiz as alegações de Ben-Gvir.
No entanto, acrescentou o ministro: “Não entendo. Se há ameaça, é preciso reagir”.
Bar redarguiu: “O que a Juventude das Colinas está fazendo é terrorismo em cada sentido da palavra. Eles põem em risco os cidadãos do país. É realmente perigoso!”
“Mas o que fazem os drusos em Golã também é perigoso”, insistiu Ben-Gvir. “Atiraram contra policiais e tentaram invadir uma delegacia!”
Segundo as informações, o telefonema se encerrou aos gritos. Declarou Bar: “Não há relação alguma entre Tumus Ayya [foco dos ataques coloniais] e as colinas de Golã. Precisamos lidar com insurretos de verdade, tanto na Judéia e Samaria [sic; Cisjordânia] quanto em Golã”.
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