Colonos israelenses cospem em repórter disfarçado de padre

Evidências chocantes de agressão de colonos contra cristãos palestinos foram flagradas em vídeo por um repórter israelense que se disfarçou de padre ao caminhar nas ruas da cidade ocupada de Jerusalém.

Yossi Eli, jornalista da emissora de televisão Canal 13, queria testemunhar em primeira mão os crimes de ódio contra cristãos. Em somente cinco minutos como frade franciscano, sob o disfarce de “padre Alberto”, colonos cuspiram em Eli ao menos cinco vezes.

Os vídeos foram divulgados no Twitter. Eli contrapôs ainda argumentos comuns que buscam minimizar a intolerância de colonos israelenses contra os cristãos.

“A defesa de alguns grupos judaicos para os crimes de ódio é que são cometidos por doentes mentais”, comentou Eli. “Mas não é verdade. Nossa investigação provou que os ataques são conduzidos por pessoas sãs que simplesmente odeiam o diferente. Pessoas convencidas de que Jesus é mau. Jovens extremistas, crianças e soldados – o ‘sal da terra’ – que expressam abertamente seu ódio contra os cristãos”.

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Eli indagou então qual seria a reação caso contrário: se cristãos cuspissem em judeus.

Para ele, ser padre por um dia “foi difícil de digerir”.

Sua reportagem coincide com a preocupante escalada nos crimes de ódio contra palestinos nativos – tanto muçulmanos quanto cristãos. O custódio vaticano da Terra Santa, Francesco Patton, culpou políticos israelenses pelo surto nos crimes.

Conforme o jornal Haaretz, Patton citou atos de vandalismo contra um cemitério luterano e um salão de preces maronita, além de pichações em propriedades armênias com os dizeres “morte aos cristãos”. Todos os incidentes ocorreram em questão de semanas.

Em alertas prévios sobre a violência de colonos extremistas na Palestina, Patton confirmou a “ameaça de extinção” das comunidades nativas cristãs e islâmicas em sua terra ancestral.

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