Israel envenenou terras palestinas para construir assentamentos na Cisjordânia ocupada na década de 1970, revelaram documentos de Estado recém publicados.
Os Arquivos do Estado de Israel concederam acesso a milhões de documentos, expondo em detalhes os esforços de limpeza étnica do projeto colonial sionista, segundo informações do jornal israelense Haaretz.
Cada passo para fundar assentamentos na Cisjordânia está catalogado nos papéis. Primeiro, seria preciso expropriar as terras palestinas sob falso pretexto de treinamento militar. Diante da insistência dos palestinos em cultivar as terras, soldados sabotavam as ferramentas. Mais tarde, veículos eram usados para destruir colheitas. Então, uma solução radical para superar todas as outras: espalhar um produto tóxico sobre as terras, letal aos animais e perigoso aos seres humanos.
Em Aqraba, no norte da Cisjordânia, por exemplo, os ataques envolveram agências estatais. Colonos e soldados trabalharam lado a lado para envenenar as terras, em meados de 1972. Recentemente, uma aliança semelhante foi vista durante os pogroms de Huwara, a cerca de quatro quilômetros da aldeia campesina.
LEIA: 97% da água em Gaza é intragável; palestinos são envenenados pouco a pouco
Os ataques da década de 1970 ocorreram sob os auspícios da então premiê israelense Golda Meir, comumente retratada como “progressista”, diferente de figuras de ultradireita como o incumbente Benjamin Netanyahu e seus ministros Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich.
Os arquivos comprovam que a expropriação de terras palestinas é política de Estado e não de governo. Meir, por exemplo, recorreu a desculpas de construir “parques nacionais” para usurpar lugares cristãos e islâmicos das comunidades nativas.
Os detalhes do envenenamento de terras vieram à tona após 51 anos de obscuridade, graças a um novo projeto do Centro Taub de Estudos Israelenses da Universidade de Nova York. A ideia é mapear e catalogar todos os dados históricos disponíveis relativos aos assentamentos de Israel.
Vale reiterar que todos os assentamentos em terras ocupadas são ilegais conforme o direito internacional.
LEIA: Detalhes de massacres contra palestinos são revelados em documentos secretos israelenses
Na última semana, novas transcrições dos Arquivos do Estado de Israel expuseram esforços de milícias sionistas para obter ajuda da Alemanha nazista em atos terroristas contra oficias e instituições do Mandato Britânico na Palestina histórica.