Israel nega liberdade de paciente terminal palestino

A comissão de indultos de Israel, presidida pelo juiz aposentado Zvi Segal, indeferiu na segunda-feira (26) o pedido para soltura antecipada do prisioneiro palestino Walid Daqqa, de 61 anos, apesar de um diagnóstico terminal de câncer.

O judiciário considerou como insuficiente um laudo do Serviço Penitenciário de Israel com alertas de que “os dias [de Daqqa] estão contados e há perigo imediato a sua vida”.

Daqqa foi diagnosticado com leucemia em 2015; porém, assim como outros palestinos, sofre negligência médica. Devido a sua piora de saúde, Daqqa foi transferido neste ano da clínica carcerária de Ramla ao Centro Médico de Shamir.

Daqqa foi preso em 1986 e condenado a 37 anos de prisão, pena concluída em março deste ano. No entanto, autoridades decidiram estender sua sentença em dois anos em 2017, sob a alegação de contrabandear celulares à prisão.

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Impossibilitado de ver seus familiares e sob persistentes maus tratos, o paciente oncológico escolheu não aceitar seus medicamentos.

Como diz seu perfil publicado pela ong Addameer, Daqqa é um escritor, ativista e prisioneiro político natural de Baqa al-Gharbiya, aldeia palestino no território considerado Israel – isto é, ocupado durante a Nakba em 1948, via limpeza étnica.

Daqqa é um dos 19 palestinos encarcerados há mais de trinta anos por Israel e um dos 23 presos palestinos cuja pena antecede os Acordos de Oslo, assinados em 1991.

Acordos de Oslo, o 25º aniversário [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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