A crise no Líbano está se agravando devido a interesses privados e falta de vontade política, que incitam resistência a reformas fiscais tão necessárias, advertiu nesta quinta-feira (29) o Fundo Monetário Internacional (FMI), em sua primeira análise detalhada da matéria desde a deflagração do colapso do Estado levantino em 2019.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Segundo o FMI, a demora em obter uma solução política-econômica levou ao esgotamento das reservas nacionais de moeda estrangeira, a serem recuperadas caso fosse reestruturado o setor bancário. Conforme a avaliação, a perda em relação a 2020 chega a US$10 bilhões.
Sem reformas, a dívida pública deve alcançar 547% do produto interno bruto (PIB) até 2027. “A manutenção do status quo representa maior risco à estabilidade socioeconômica do país, levando o Líbano a rotas imprevisíveis”.
Em abril de 2022, Beirute assinou um acordo com a instituição financeira. Entretanto, jamais cumpriu as condições para concluir o programa, considerado essencial para se recuperar de uma das piores crises financeiras do mundo.
O FMI advertiu que as medidas assumidas pelo Líbano até então – incluindo o orçamento de 2022, a lei de confidencialidade bancária e um projeto para regulamentar o capital – não são suficientes para mitigar as preocupações dos credores.
Ernesto Rigo, chefe da missão, afirmou a repórteres que o saldo libanês de 2022 foi “deveras decepcionante”. Segundo seu relato, a situação se agrava cada vez mais pois o país carece de uma lei orçamentária para o ano corrente, apesar de seis meses passados.
“A situação é terrível”, acrescentou.
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