Tensões entre os governos rivais na Líbia estão novamente em alta em meio a disputas pelos recursos de petróleo e um ataque a drone contra bases do grupo Wagner nesta sexta-feira (30), reportou a rede Energy Voice.
Nesta semana, a Câmara dos Representantes radicada no leste do país debateu ações sobre a indústria de petróleo. O presidente da casa, Osama Hammad, acusou a empresa estatal de favorecer o Governo de União Nacional sediado em Trípoli.
De acordo com Hammad, há planos de que uma “guarda judicial” suspenda as exportações e apreenda US$16 bilhões em recursos.
O ministro do Petróleo e Gás Natural da Líbia, Mohamed Oun, expressou apreensão sobre as ameaças. Produções de petróleo líbio colapsaram em 2020 devido a uma série de bloqueios, prejudicando gravemente a economia do país.
Para o ministro do governo reconhecido internacionalmente sediado em Trípoli, as principais vítimas de uma nova paralisação seria o povo.
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A reportagem reiterou que mercenários do grupo Wagner continuam ativos no leste e sul da Líbia, embora parte das tropas tenha seguido viagem ao Mali e à Ucrânia – neste caso, como parte dos esforços invasores da Rússia ao país vizinho.
Na última semana, forças do grupo Wagner entraram em disputa com o Kremlin, que reagiu ao tentar controlar, por meio de diplomatas e emissários de defesa, o “império mundial” da empreiteira privada.
A Líbia produz 1.2 milhão de barris por dia, insistiu Oun. “O impacto negativo da paralisação não será leve”, advertiu o ministro, ao enfatizar se tratar da principal fonte de renda do país norte-africano.