Nesta quinta-feira (29), representantes da ONU alertaram o Conselho de Segurança que os sírios estão sofrendo com o agravamento da crise humanitária, causada pelo conflito que já dura 12 anos.
Aos membros do Conselho de Segurança, a vice-enviada especial da ONU no país, Najat Rochdi, afirmou que a violência e o sofrimento lembram do que “está em jogo” nos esforços diplomáticos. Para ela, o cessar-fogo é necessário, conforme previsto na resolução 2254, adotada em 2015.
Agravamento da crise humanitária
Segundo Rochdi, relatórios recentes rastrearam ataques com drones, bombardeios e uma outras agressões aéreas pró-governo.
Ela adicionou que, diante desse cenário, os sírios ainda enfrentam deslocamentos em massa e uma crise econômica aguda, além de questões com detidos e desaparecidos.
Para a vice-enviada especial, todos esses fatores mostram a importância de uma “diplomacia renovada que se traduza em soluções reais para atender as preocupações imediatas do povo sírio, construir confiança entre as partes e avançar em direção a uma solução política”.
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Segundo a representante da ONU, as necessidades dos sírios devem ser o foco da abordagem e a ação humanitária deve ser despolitizada.
Atualização humanitária
Já o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, que acaba de regressar da capital síria Damasco, contou que se reuniu com o presidente Bashar al-Assad.
Ele ressalta que a resolução transfronteiriça do Conselho de Segurança expirará em 10 de julho.
A extensão da operação transfronteiriça por mais 12 meses permitiria que as Nações Unidas e seus parceiros seguissem entregando ajuda humanitária nos próximos meses.
Griffiths destacou que mais uma década de conflito e o colapso econômico colocaram 90% da população abaixo da linha da pobreza. Por isso, ele pediu mais apoio internacional e ressaltou que o plano de resposta humanitária recebeu apenas 12% do financiamento solicitado, de US$ 5,4 bilhões.
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Ele adicionou que com a falta de recursos, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, terá que cortar em 40% sua ajuda alimentar de emergência aos sírios no próximo mês.
Desaparecidos
Ainda nesta quinta-feira, a Assembleia Geral da ONU também deve debateu uma resolução sobre investigar o desaparecimento de mais de 100 mil pessoas na Síria.
A vice-enviada especial Najat Rochdi afirmou que as famílias dos desaparecidos estão acompanhando com esperança a votação, que iniciaria uma instituição independente sobre desaparecidos.
Publicado originalmente em ONU News