A Organização das Nações Unidas (ONU) evitou condenar abertamente os ataques de Israel contra a cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada.
Questionado sobre o uso de drones armados por Israel, Farhan Haq, porta-voz adjunto da Secretaria-geral das Nações Unidas, declarou a repórteres nesta segunda-feira (2): “Sempre dissemos que não é aceitável haver ataques armados em áreas densamente povoadas e este é o caso … Todas as partes devem respeitar a lei humanitária internacional”.
Haq pediu o fim dos ataques a áreas residenciais, mas evitou condenar de maneira direta a recente ofensiva: “Embora Israel possa conduzir campanhas de segurança, é preciso fazê-lo de tal maneira que evite baixas civis e destruição de infraestrutura civil”.
Indagado sobre o direito de resistência do povo palestino, consagrado pela lei internacional, afirmou Haq: “Todos os povos têm direitos e eles certamente têm o direito de se proteger. O que queremos é assegurar uma desescalada em campo por ambos os lados”.
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Outro repórter questionou Haq por que a ONU não expressa repúdio aberto à agressão em Jenin, enquanto mantém uma política de condenação sobre a morte de colonos israelenses em operações de resistência. “O secretário-geral [António Guterres] falou sobre a violência em Jenin e na Cisjordânia em nota da semana passada”, abreviou o porta-voz.
Segundo Tor Wennesland, coordenador da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, a escalada em Jenin é “perigosíssima”. Ao mencionar a morte de oito palestinos, Wennesland alertou que a situação vem de meses e “nos lembra das condições extremamente voláteis e imprevisíveis em toda a Cisjordânia ocupada”.
Wennesland reforçou apelos por uma desescalada urgente e para que socorro humanitário chegue à população carente de Jenin.
Desde a madrugada de segunda, ao menos oito palestinos foram mortos e outros 80 ficaram feridos pela maior operação militar israelense contra a Cisjordânia em duas décadas. Outro palestino foi morto perto de al-Bireh, na região de Ramallah.
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