Operações militares devem ser realizadas com o respeito máximo à lei humanitária internacional. A afirmação consta de uma nota divulgada à imprensa pelo porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Pelo menos 10 palestinos foram mortos em operações militares de Israel por ar e terra em Jenin, na Cisjordânia, o território palestino que é administrado pela Autoridade Palestina.
Quatro escolas
As operações ocorreram contra acampamentos populosos deixando pelo menos 100 pessoas feridas. O Ministério da Saúde palestino diz que 20 estão em estado grave.
Milhares de pessoas fugiram do local com medo de mais violência. Nesta terça-feira, um ataque na cidade de Tel Aviv feriu sete pessoas quando um palestino jogou um carro contra os pedestres em frente um shopping center.
O autor do atentado foi morto a tiros por um cidadão israelense que estava no local. O grupo militante Hamas, que controla a Faixa de Gaza, descreveu o ataque “como uma reposta direta à operação de Israel em Jenin”.
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Com os bombardeios serviços básicos de água foram interrompidos. A Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, que gerencia quatro escolas, um centro de saúde e outras instalações no acampamento de Jenin, disse que falta água potável, alimentos e leite em pó para as crianças.
Passagem segura para pessoal de saúde
A Organização Mundial da Saúde, OMS, informou nesta terça-feira que a escala de ferimentos das vítimas colocou uma pressão extra sobre o sistema de saúde que já estava numa condição precária. Pelo menos dois hospitais foram alvos de ataques com munição e cilindros de gás.
A OMS pediu respeito e proteção dos cuidados de saúde incluindo uma passagem segura dos serviços de saúde em Jenin e em todos os Territórios Palestinos.
Somente este ano, houve 124 ataques documentados pela OMS que resultaram em ferimentos de 39 trabalhadores de saúde e afetaram a operação de 117 ambulâncias. Em comunicado, o alto comissário de Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou que a operação em Jenin e o ataque em Tel Aviv só comprovam que violência gera violência. Ele disse que as mortes, ferimentos e destruição têm que parar.
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