Confrontos violentos se deflagraram nesta terça-feira (4) em Omdurman, a oeste da capital sudanesa Cartum, à medida que as Forças Armadas tentavam cortar rotas de suprimento a seus rivais paramilitares, que buscam levar reforços ao centro do país.
As informações são da agência de notícias Reuters.
O exército recorreu a ataques aéreos e artilharia pesada, além de confrontos em campo, em diversas partes de Omdurman, segundo relatos.
As Forças de Suporte Rápido (FSR), que combatem as tropas regulares, abateram um jato de guerra. Residentes compartilharam vídeos nos quais pilotos se ejetam de uma aeronave. As Forças Armadas não comentaram o episódio até então.
Conflitos emergiram em 15 de abril, com batalhas diárias na capital e além. A escalada levou a uma retomada de chacinas de motivação étnica, sobretudo na região de Darfur, no oeste do país. Há receios de que a violência incorra em uma nova guerra civil.
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O grupo paramilitar tomou controle de partes da capital e transferiu combatentes de Darfur e Cordofão a sua linha de frente. Pontes de Omdurman a Bahri e Cartum, que atravessam o rio Nilo, foram usadas para tanto.
Segundo relatos, os confrontos de terça em Omdurman foram os mais severos em semanas, à medida que o exército tenta ganhar terreno.
“Houve bombardeios, ataques aéreos e disparos por horas a fio”, comentou Manahel Abbas, de 33 anos, do bairro de al-Thawra em Omdurman. “É a primeira vez que vemos ataques tão grandes e incessantes de todas as direções”.
O conflito decorreu de disputas sobre a transição para um governo civil, quatro anos depois da queda do longevo ditador Omar al-Bashir.
Arábia Saudita e Estados Unidos mediaram sucessivos acordos de cessar-fogo em junho; no entanto, violados por ambas as partes.
Líderes tribais de Darfur do Sul declararam na segunda (3) seu apoio às Forças de Suporte Rápido. O grupo paramilitar – até recentemente reconhecido e parceiro do exército regular – tem origem em milícias árabes que ajudaram a conter as revoltas de Darfur de 2003.
Quase 2.8 milhões de pessoas foram deslocadas no Sudão desde meados de abril. Cerca de 650 mil atravessaram a fronteira a países vizinhos, segundo as Nações Unidas.
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