Deputados da União Europeia reivindicaram da Grécia e da Comissão Europeia que lancem um inquérito independente sobre o naufrágio de um barco de refugiados em junho, na costa de Kalamatas, no Mar Mediterrâneo.
O Comitê para Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu realizou um debate sobre a tragédia, que matou centenas de pessoas, incluindo cidadãos do Egito, da Síria e do Paquistão.
O grupo pediu urgência em uma “investigação internacional independente e transparente” sobre a matéria, comentou a deputada alemã Birgit Sippel, que presidiu a sessão.
“O parlamento exige um inquérito sobre as ações das autoridades gregas e da agência de fronteira da União Europeia (Frontex) e seu cumprimento da lei internacional, sobretudo no que diz respeito à legislação sobre busca e resgate no mar”, reiterou Sippel.
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Ylva Johansson – comissária de Assuntos Domésticos da União Europeia – reconheceu que o bloco “não faz o bastante para impedir eventos trágicos” e reiterou o compromisso do órgão executivo em combater o tráfico humano.
Conforme Johansson, o fluxo migratório a partir da Líbia ao Mediterrâneo central aumentou entre 600 e 700%. Segundo sua análise, tamanho desastre “era questão de tempo”.
Sophie Veld, deputada holandesa, criticou a Comissão Europeia por manter o foco no tráfico em vez de busca e resgate. Veld questionou a credibilidade das investigações gregas.
“Vemos mais e mais evidências alarmantes sobre o papel da Guarda Costeira helênica neste incidente. Quem sabe, até mesmo responsável pelo naufrágio”, enfatizou.
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