As Nações Unidas expressaram alarme com a falta de acesso da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, ao Irã para verificar o estoque de urânio enriquecido.
Nesta quinta-feira (06), o Conselho de Segurança debateu o Plano de Ação Conjunto Abrangente, Jcpoa, também conhecido como acordo nuclear com o Irã. O documento foi adotado em 2015. Em 2019, o Irã anunciou que estava se retirando do acordo após mudanças no governo nos Estados Unidos.
Alto estoque total de urânio
Na sessão desta quinta-feira, a subsecretária-geral para os Assuntos Políticos e Manutenção de Paz, revelou estimativas apontando que Teerã teria agora um estoque total de urânio enriquecido mais de 20 vezes acima da quantidade permitida pelo acordo.
Para Rosemary DiCarlo, isso inclui quantidades mais enriquecidas de urânio a 20% e 60%. Para ela, esse número é motivo de grande preocupação.
Em maio, a Aiea revelou ter instalado câmeras de vigilância em oficinas onde são fabricadas peças de centrífugas. O relatório apontou “não haver mais dúvidas sobre a presença de urânio altamente enriquecido detectado em um local.”
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Para DiCarlo, oito anos após a adoção do Plano de Ação Abrangente Conjunto e do apoio do Conselho de Segurança, esta era a melhor opção disponível para garantir a natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano.
Suposto envio de veículos não tripulados do Irã para a Rússia
As Nações Unidas anunciaram que estão examinando dados disponíveis sobre a transferência de veículos não tripulados do Irã para a Rússia.
O tema teve objeções dos embaixadores de ambos os países junto à organização.
DiCarlo disse haver imagens e evidências fornecidas pelo Reino Unido e a Ucrânia, além de alegações de países como França, Alemanha, Ucrânia e Reino Unido em relação a um ato que seria contrário à resolução 2231.
Em resposta a uma solicitação do Governo do Iêmen, o secretariado da ONU também examina destroços de um míssil guiado transportando carga explosiva.
O projétil foi usado em um ataque das forças rebeldes houthis ao terminal de petróleo de Al-Dhaaba em novembro passado.
Publicado originalmente em ONU News