Palestinos mandam oficiais da Autoridade embora de Jenin

Palestinos enlutados expulsaram oficiais da Autoridade Palestina (AP) e do partido Fatah do velório de vítimas da recente ofensiva israelense em Jenin, na Cisjordânia ocupada, em meio à impressão generalizada de que o governo em Ramallah foi conivente com o massacre.

Vídeos viralizaram online nos quais familiares dos mártires gritam “Fora, fora!” à delegação governista em visita à cidade, nesta quarta-feira (5).

Em sua maior operação na Cisjordânia em duas décadas, forças da ocupação invadiram Jenin sob pretexto de erradicar grupos de resistência locais que ganharam proeminência no último ano – dentre os quais, o grupo conhecido como Toca do Leão.

Milhares de soldados e centenas de veículos blindados atacaram Jenin por terra; aeronaves e drones armados bombardearam os céus. Bairros inteiros foram destruídos e famílias foram novamente deslocadas – incluindo refugiados de terceira a quarta geração.

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A ofensiva de dois dias deixou 12 palestinos mortos e mais de cem feridos, além de 80% dos edifícios danificados, entre os quais, estruturas residenciais e instalações de saúde. Cerca de três mil pessoas tiveram de deixar suas casas.

Ramallah juntou-se ao coro de repúdio internacional. Palestinos, porém, acusam a liderança política de deixar de agir diante da escalada israelense, sob uma imagem de subserviência à ocupação em meio a íntima coordenação de segurança e repressão à resistência.

Conforme a mídia local, jovens palestinos atiraram pedras e mesmo coquetéis molotov nos prédios da presidência em Jenin nesta quarta-feira, em protesto à “falta de engajamento na segurança do povo diante dos ataques de Israel”.

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