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87 civis foram mortos e enterrados em vala comum em Darfur, Sudão, diz ONU

Fumaça sobe acima de edifícios atrás de uma rua quase deserta em Cartum, em 10 de junho de 2023 [AFP via Getty Images]

Pelo menos 87 civis sudaneses foram enterrados em uma vala comum no estado de Darfur Ocidental, no Sudão, informou o escritório de direitos humanos da ONU (OHCHR) na quinta-feira, informou a Agência Anadolu.

“Os corpos de pelo menos 87 indivíduos da etnia Masalit e outros, supostamente mortos no mês passado pelas Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla usual em inglês) e suas milícias aliadas no oeste de Darfur, foram enterrados em uma vala comum fora da capital da região, El-Geneina, sob as ordens do Forças de Apoio Rapido”, disse OHCHR em um comunicado.

O escritório de direitos humanos da ONU disse, citando fontes, que 37 corpos foram enterrados em 20 de junho em uma vala comum de um metro de profundidade na área de Al-Turab Al Ahmar, no oeste de El-Geneina.

“Outros 50 corpos foram enterrados no mesmo local em 21 de junho”, acrescentou o ACNUDH.

“Os corpos de sete mulheres e sete crianças estavam entre os enterrados”, disse o comunicado.

“Os corpos de pelo menos 87 indivíduos da etnia Masalit e outros provavelmente mortos no mês passado pelas Forças de Apoio Rápido e suas milícias aliadas foram enterradas em uma vala comum no oeste de Darfur” ACNUDH disse em um comunicado [Elmurod Usubaliev/Agência Anadolu]

Por sua vez, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, condenou nos termos mais fortes “o assassinato de civis”.

“Estou ainda mais chocado com a maneira insensível e desrespeitosa com que os mortos, suas famílias e comunidades foram tratados”, disse Turk.

“Deve haver uma investigação imediata, completa e independente sobre os assassinatos, e os responsáveis devem ser responsabilizados”, acrescentou.

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Ainda não houve comentários do grupo paramilitar RSF sobre a acusação.

O Sudão tem sido devastado por confrontos entre o Exército e o RSF desde abril, em um conflito que matou quase 3.000 civis e feriu milhares, segundo médicos locais.

Vários acordos de cessar-fogo negociados por mediadores sauditas e americanos entre os rivais na guerra não conseguiram acabar com a violência no país.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima que quase três milhões de pessoas foram deslocadas pelo atual conflito no Sudão.

Na semana passada, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou que o conflito em curso no Sudão pode levar a uma guerra civil em grande escala.

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