Duas crianças se afogam por dia, em média, ao tentar cruzar o Mediterrâneo Central, devido à falta de “rotas seguras e legais”, advertiu nesta sexta-feira (14) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), segundo informações da agência de notícias Anadolu.
O número de crianças que perderam a vida na travessia à Europa dobrou em relação ao ano passado, destacou Verena Knaus, diretora global da Unicef para Migração e Deslocamento, durante coletiva de imprensa em Genebra.
Os índices deste ano decorrem sobretudo de conflitos no Sudão, República Democrática do Congo, entre outras partes do oeste africano, além do Afeganistão.
Somente no primeiro semestre, ao menos 289 crianças morreram, observou Knaus, número equivalente a 11 vítimas por semana. No mesmo período, o total de crianças registradas que tentaram percorrer a rota chegou a 11.600 crianças.
“As crianças estão literalmente se afogando na falta de ação nos litorais”, argumentou Knaus. “Crianças estão morrendo porque não há rotas legais e seguras para sua travessia. Crianças estão morrendo porque não há eficácia real de busca e resgate para impedir as fatalidades. Crianças estão morrendo porque sentem o desespero em sua terra natal e não encontram proteção dos países anfitriões. Podemos prevenir todas essas mortes”.
Sobre o número de crianças que passam sozinhas pela perigosa jornada, Knaus reiterou que o índice triplicou em apenas um ano, com quase três mil refugiados ou 71% das crianças que tentam realizar a travessia.
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