À vista do mundo, o campo de refugiados de Jenin foi submetido a uma extensa ofensiva militar que resultou no martírio de 12 palestinos, incluindo quatro crianças, além de mais de 100 feridos e centenas de famílias forçadas a deixar suas casas.
No entanto, comunidades da América Latina se uniram para denunciar as ações da ocupação israelense no campo de refugiados, destacando a forte solidariedade com a Palestina em muitos países da região.
Em comunicado, a Federação Palestina da América Latina (UPAL) condenou veementemente a agressão da ocupação israelense a Jenin. Dizia: “O ataque israelense visava eliminar a resistência palestina, que se defendeu heroicamente com suas vozes, pedras, vidas e armas feitas à mão diante dos aviões de guerra e artilharia israelenses.” A UPAL pediu às massas palestinas que continuem enfrentando as forças de ocupação e os colonos.
O vice-presidente da UPAL, Jihad Youssef, disse ao MEMO: “Desde o primeiro dia, a federação contatou todas as instituições que operam sob o nome da Federação Palestina para intensificar seus contatos com poderes influentes na América Latina para pressionar governos e parlamentos a agir imediatamente e parar o massacre em Jenin.”
Youssef pediu ao mundo livre que tome medidas práticas contra Israel, incluindo a retirada de embaixadores e o boicote ao estado de apartheid. “O ato criminoso da ocupação contra o povo de Jenin ocorreu na frente do mundo inteiro, com cobertura e apoio da Casa Branca e silêncio dos países árabes e do resto do mundo. Este mundo chega com declarações de condenação e denúncia e não se mexeram nem fizeram as coisas a sério!” acrescentou Youssef.
Muitas atividades aconteceram no Brasil e países vizinhos para expressar forte solidariedade a Jenin. Protestos e marchas foram organizados enquanto as pessoas denunciavam os crimes israelenses contra os palestinos e declaravam sua solidariedade com a Palestina e seu povo.
Durante evento em São Paulo, uma comissão estudantil de solidariedade ao povo palestino foi reativada na Universidade de São Paulo após um período de inatividade.
Se a posição dos palestinos em casa é resistir e confrontar diretamente a ocupação, então os palestinos na diáspora têm o dever de levantar a voz e expor os crimes da ocupação. Organizações palestinas e brasileiras se mobilizaram e conclamaram todas as facções de resistência e o povo palestino na pátria e na diáspora a se unirem contra a ocupação e sua bárbara agressão.
Na Palestina, o Embaixador do Brasil, Francisco Mauro Holland, visitou o acampamento de Jenin e se solidarizou com a população local e explicou que sua visita era para expressar a solidariedade da América do Sul com Jenin frente aos desafios que enfrenta, enfatizando que Brasília continuará sua abordagem de apoio ao povo palestino.
Mais de 24.000 palestinos vivem no campo de Jenin, testemunhando repetidas invasões e agressões israelenses. Mas eles continuam a lutar!
LEIA: Jenin e o Brasil – por onde vai a solidariedade?
As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.