O conhecido clérigo saudita Badr al-Meshari foi detido pelas autoridades da monarquia por razões desconhecidas, reportou o grupo de direitos humanos Prisioneiros da Consciência em suas redes sociais nesta segunda-feira (17).
Analistas conjecturam que al-Meshari foi preso por criticar espetáculos e festivais de música promovidos pela Autoridade de Entretenimento da Arábia Saudita.
Os eventos – que atraíram a indignação dos setores conservadores do reino – são parte das reformas instauradas pelo príncipe herdeiro e governante de facto, Mohammed bin Salman, que deseja modernizar a imagem do país.
Apesar das promessas de abertura, a gestão de bin Salman é marcada por forte repressão a sinais de dissidência, não somente de ativistas progressistas, mas também da elite teocrata, que desfrutava até então de boas relações com a dinastia al-Saud.
A prisão de al-Meshari acompanha o destino de outros eruditos islâmicos, como os sheikhs Salman al-Ouda, Awad al-Qarni e Ali al-Omari, mantidos em custódia das autoridades desde setembro de 2017, sob acusações de “terrorismo”. Na época, ponderou-se que a prisão dos religiosos se deu por sua oposição ao embargo saudita ao Catar, anunciado meses antes.
Al-Meshari serviu como imã na Mesquita de Hittin em Riad e seus sermões frequentemente viralizam nas redes sociais. Sua conta no Twitter, com 550 mil seguidores, permanece inativa desde fevereiro.
No começo do ano, notícias falsas foram difundidas sobre al-Meshari, incluindo rumores de seu falecimento, o que levou o religioso a refutar as alegações nas redes sociais.
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