Metade dos pacientes oncológicos de Gaza não recebem tratamento, alertam médicos

Pacientes com câncer participam de protesto para que possam viajar para receber tratamento, na Faixa de Gaza sitiada [Mohammed Asad/MEMO]

O Ministério da Saúde de Gaza reportou nesta segunda-feira (17) que metade dos pacientes oncológicos do território costeiro não recebem tratamento devido ao rigoroso cerco militar por mar, ar e terra imposto por Israel.

“O bloqueio de 17 anos contra Gaza levou à morte de dezenas de pacientes devido à falta de remédios e equipamentos médicos”, comentou Ashraf al-Qidra, porta-voz do ministério, em coletiva de imprensa realizada no Hospital da Irmandade Turco-Palestina.

“Cerca de 40% dos pacientes com câncer são privados de viajar para receber cuidados fora de Gaza”, acrescentou, ao advertir para as “perigosas consequências” devido à escassez de medicamentos de tratamento oncológico causada pelo cerco.

“Há mais de nove mil pacientes com câncer em Gaza”, relatou o médico Sobhi Skaik, diretor do hospital, ao reiterar que óbitos devido à doença constituem 12.5% do total de mortes no território costeiro. “Isso é demais”, enfatizou.

Skaik deu enfoque à falta de radioterapia, tratamento nuclear e capacidades de diagnóstico, incluindo exames médicos fundamentais. Neste sentido, instou a comunidade internacional a “agir para salvar vidas e dar o tratamento e o serviço que os pacientes merecem”.

Na coletiva, Ashraf Abu Mahadi, diretor-geral de Farmácia do Ministério da Saúde, declarou: “Nos últimos seis meses, a carência de remédios oncológicos chegou a 45%. Mais da metade dos pacientes com câncer do período não receberam os cuidados necessários, o que agrava seu sofrimento físico e psicológico”.

A maioria dos pacientes regulares de Gaza depende de tratamento disponível somente nas terras ocupadas da Jerusalém, da Cisjordânia ou do território considerado Israel – capturado via limpeza étnica durante a Nakba ou “catástrofe”, em 1948.

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