Mike Bowman, ativista irlandês de 65 anos, deixou Calais, na França, rumo à Palestina como parte de esforços para conscientizar o público sobre as dificuldades e violações de direitos humanos enfrentados por refugiados nos territórios ocupados e além.
Após cruzar França, Suíça e Itália, Bowman chegou ao meio do caminho, na cidade portuária de Durres, na Albânia, no último sábado (15). Bowman deve seguir viagem a Grécia, Turquia, Jordânia e, finalmente, a Cisjordânia ocupada.
Sua jornada de 3.500 km começou em 16 de abril.
Mike Bowman chega a Durres, na Albânia, metade de seu trajeto entre França e Palestina, em 20 de julho de 2023 [Mike Bowman]
“Agora que estou na metade do caminho, posso afirmar que, nos três países em que passei, tive a chance de ter muitas conversas sobre a enorme injustiça enfrentada pelos palestinos. Pude conversar com outros peregrinos quando passei pela Via Francigena e outras ocasiões”, comentou o ativista.
“Em Bolonha, no norte da Itália, há algumas semanas, houve indignação com a escalada na Palestina devido à violência de forças e gangues coloniais de Israel”, acrescentou.
Mike comentou ainda sobre a invasão militar israelense ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, que tomou quase 48 horas entre 3 e 4 de julho e deixou 12 palestinos mortos – entre os quais, quatro menores–, cento e vinte feridos e 80% das casas destruídas.
“Como outros apoiadores da causa palestina, devo dizer que os crimes de guerra cometidos por Israel em Jenin me deixaram em choque”, reiterou Bowman. “Tudo isso me tornou mais decidido do que nunca em realizar minha caminhada por conscientização. Isso me manteve motivado durante a onda de calor que tornou minha caminhada ainda mais difícil”.
Após três meses de jornada, seu objetivo ainda é trazer à luz a ocupação brutal na Palestina e inspirar pessoas a participar de campanhas por mudanças.
“Há um interesse encorajador da mídia albanesa e tenho esperanças de trabalhar nisso nas próximas semanas para conscientizar o máximo de pessoas sobre a causa palestina”, disse o ativista. “Farei tudo em meu poder para ajudar a propagar a ideia de que é preciso justiça ao povo palestino”.
Inspirado pelo livro Walking to Jerusalem: Blisters, hope and other facts on the ground – em tradução livre, Caminhada a Jerusalém: Feridas, esperança e fatos em campo –, do escritor e dramaturgo Justin Butcher, o trajeto de Bowman segue pela Via Francigena (“o caminho pela França”), mais antiga rota comercial da Europa, rumo aos marcos cristãos da peregrinação a Jerusalém.
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