O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instou o governo israelense neste domingo (23) a não se apressar para ratificar seu plano “cada vez mais divisivo” de reforma judicial, dados outros desafios enfrentados pelo principal aliado americano no Oriente Médio.
Em nota publicada inicialmente pela agência de notícias Axios, enviada à rede AFP pela Casa Branca, alertou Biden: “Dada a gama de ameaças e desafios enfrentados hoje por Israel, não faz sentido que os líderes se apressem nisso. O foco deve ser união e consenso. Parece que o atual projeto de reforma judicial está cada vez mais divisivo, não menos”.
O presidente israelense Isaac Herzog conduziu negociações neste domingo em busca de um meio-termo entre governo e oposição. Nesta segunda, o congresso deve votar uma cláusula crucial da proposta legislativa, que deflagrou protestos sem precedentes.
O governo de extrema-direita do premiê Benjamin Netanyahu pretende reduzir o alcance da Suprema Corte, sob pretexto de obter um melhor “equilíbrio de poder”. O Estado sionista é tomado por manifestações de massa desde janeiro, quando foi anunciado o projeto.
Dezenas de milhares de pessoas com bandeiras israelenses tomaram as ruas de Tel Aviv, Jerusalém ocupada e outras cidades, sob preocupações referentes à imagem da democracia do regime da ocupação – com pouca ou nenhuma consideração, entretanto, à discriminação sistêmica enfrentada pelos palestinos nativos.
Opositores acusam o primeiro-ministro, réu por corrupção, de tentar impor as mudanças em causa própria, com intuito de revogar eventuais penas deferidas contra ele.
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