Colonos israelenses intensificaram ataques contra igrejas e santuários cristãos na Palestina ocupada. O caso mais recente foi um ataque ao Monastério de Mar Elias em Haifa, durante uma entrevista do padre responsável, Samer Zaknoun, à agência palestina Safa.
Zaknoun estava no telefone com um jornalista para tratar dos ataques a santuários cristãos na Cisjordânia e no território considerado Israel – ocupado durante a Nakba ou “catástrofe”, via limpeza étnica em 1948 –, quando um grupo de colonos invadiu o templo e agrediu fiéis.
Segundo relatos, é o quinto ataque deste tipo. As investidas começaram com um pequeno número de extremistas judeus e evoluíram a agressões de massa.
O ataque sucedeu outros contra a Igreja Maronita de Acre e um monastério de Jaffa, quando colonos tentaram tomar controle do santuário para conduzir rituais do Talmude, sob a falsa alegação de que a área contém túmulos de rabinos.
A escalada de colonos supremacistas judaicos contra cristãos atinge níveis de risco, tanto em termos de número quanto de violência. Ao menos 40 ataques foram registrados nos últimos meses.
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“Igrejas cristãs se tornaram alvos diários de gangues coloniais, que desejam tomar vantagem do extremismo demonstrado pela hierarquia política de Israel contra muçulmanos e cristãos no país”, comentou o padre Zaknoun à agência Safa.
“Vemos agora, com nossos próprios olhos, a invasão de Mar Elias, e há confrontos, à medida que os jovens tentam impedir dezenas de colonos de invadir o local”, reportou Zaknoun, em tempo real. “Tentamos trazer a polícia antes que seja tarde demais”.
Zaknoun advertiu que a falta de ações de Tel Aviv para conter grupos extremistas os encoraja a escalar os ataques, ao erodir, portanto, a presença cristã na Palestina. “Não descartamos a possibilidade de que o próprio governo israelense seja parceiro em um esquema que alveja nossa existência, para que um dia não estejamos mais aqui”.
Todos os colonos e assentamentos radicados nos territórios ocupados são ilegais conforme o direito internacional. Israel, entretanto, trata resoluções internacionais com claro desdém, sem responsabilização, ao permitir que agressores ajam com impunidade.
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