Dezenas de milhares tomam as ruas em Israel em apoio à reforma judicial

Dezenas de milhares de correligionários de direita e extrema-direita em Israel saíram às ruas neste domingo (23) para expressar apoio à reforma judicial do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

“As pessoas querem a reforma”, tuitou o ministro de Segurança Nacional e notório deputado extremista, Itamar Ben-Gvir, sobre os atos em Tel Aviv.

Neste entremeio, milhares de manifestantes se aproximaram do Knesset (parlamento) para rechaçar as propostas de mudança no sistema judiciário, que buscam reduzir os poderes da Suprema Corte em favor do executivo.

De acordo com a imprensa local, o presidente Isaac Herzog visitou Netanyahu no hospital de Sheba para buscar um meio-termo sobre o assunto. “Trata-se de uma emergência”, declarou Herzog ao primeiro-ministro, que se recupera de uma cirurgia para instalar um marca-passo. “Temos de chegar a um acordo”.

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Líderes da oposição devem se reunir na casa de Yair Lapid, chefe do partido Yesh Atid, nesta segunda-feira (24), para coordenar posições sobre o acordo proposto pela federação sindical Histadrut, rejeitado tanto pelo partido governista Likud quanto por manifestantes. Lapid, no entanto, acredita que o texto configura uma base para o diálogo.

O jornal Yedioth Ahronoth reportou neste domingo (23) que o chefe da federação Histadrut, Arnon Bar-David, e o presidente da Assembleia do Setor de Negócios de Israel, Dubi Amitai, submeteram uma proposta para conter a “lei de razoabilidade” prevista na reforma judicial, de modo que não se aplique a matérias políticas, mas possibilite, não obstante, a isenção de escrutínio legal na indicação de ministros e vice-ministros.

A federação quer que o governo congele a tramitação da reforma por 18 meses.

Conforme o ministro da Ciência e Tecnologia, Ofir Akunis, o país enfrenta uma tentativa de golpe militar. Yoel Naveh, ex-economista-chefe do Ministério das Finanças, advertiu à rádio pública que a insistência de Netanyahu em aprovar a proposta prejudicará “severamente” a economia de Israel.

O país é tomado por protestos de massa desde janeiro, quando a coalizão de extrema-direita de Benjamin Netanyahu assumiu posse e anunciou seu projeto de reforma judicial.

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