Vídeos circularam online de supostos protestos em Jaramana, perto de Damasco, capital da Síria, contra o colapso da moeda. Em julho, a moeda nacional registrou seu menor índice da história, com 120 mil libras sírias para cada dólar.
NEW — protesters are rampaging across Jaramana in #Damascus, protesting against the collapse of #Syria’s Pound & the #Assad regime’s failure to respond.
This is virtually unprecedented since 2011-12.pic.twitter.com/WHsVtNzah9
— Charles Lister (@Charles_Lister) July 23, 2023
No início do ano, a taxa de câmbio girava em torno de 6.500 libras por dólar. Antes de eclodir a guerra civil, após a brutal repressão do regime de Bashar al-Assad aos protestos populares por democracia, um dólar equivalia a 47 libras.
Segundo relatos online, os manifestantes pedem a renúncia de Assad.
Uma série de desastres, incluindo 12 anos de conflitos envolvendo grupos rebeldes e forças estrangeiras, com mais de 500 mil civis mortos e 6.7 milhões de refugiados, levou o Estado a uma grave crise econômica.
NEW — protesters are rampaging across Jaramana in #Damascus, protesting against the collapse of #Syria’s Pound & the #Assad regime’s failure to respond.
This is virtually unprecedented since 2011-12.pic.twitter.com/WHsVtNzah9
— Charles Lister (@Charles_Lister) July 23, 2023
As sanções internacionais e os terremotos que atingiram a região em fevereiro, com seis mil mortos, além das crises fiscais nos vizinhos Líbano e Turquia, agravaram o problema.
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgadas no final de 2022, em torno de 70% das pessoas no noroeste da Síria enfrentam insegurança alimentar e 90% dependem de assistência humanitária.
Crianças sofrem de desnutrição crônica, sob risco de sequelas físicas e traumas psicológicos. O país enfrenta ainda uma das maiores crises de educação da história recente.
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Desde a revolução, protestos são comuns na Síria. Em abril deste ano, quando centenas de pessoas tomaram Idlib para condenar a normalização entre regimes árabes e Assad. Com a guerra, diversos países romperam laços com Damasco; Turquia e Arábia Saudita concederam apoio a forças oposicionistas.
Em dezembro do último ano, manifestantes invadiram o escritório do governador da cidade de Suweida, no sul do país, para rechaçar a carestia, falta d’água e blecautes, ao reivindicar a queda de Bashar al-Assad.