O Sindicato dos Médicos do Sudão confirmou neste domingo (23) que 70% dos hospitais do país estão inoperantes nas áreas tomadas pelo conflito entre as Forças Armadas e as Forças de Suporte Rápido (FSR), que continuam desde abril.
Segundo o comunicado, ao menos 62 hospitais de Cartum e outras cidades suspenderam os serviços e 27 interromperam seus trabalhos parcial ou integralmente.
Os hospitais que se mantêm abertos, alertou o sindicato, sofrem ameaça de fechar as portas devido à falta de pessoal, suprimentos médicos, água e luz.
“Uma série de ataques ocorreu recentemente contra hospitais e equipes de saúde, incluindo um ataque na sexta-feira [21] contra voluntários da ong Médicos Sem Fronteiras”, reiterou o comunicado. “Profissionais foram agredidos enquanto provinham socorro no hospital turco, ao sul de Cartum; seus veículos foram pilhados e um motorista foi preso”.
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Dezenove hospitais foram bombardeados desde abril; vinte e dois tiveram de ser evacuados. Todas as instalações de saúde continuam inoperantes na cidade de El Geneina, no estado de Darfur Ocidental.
O exército e o grupo paramilitar trocam acusações sobre o conflito e subsequentes violações dos acordos de cessar-fogo. Mais de três mil pessoas foram mortas – na maioria, civis. Cerca de três milhões de pessoas sofreram deslocamento interno e aos países vizinhos, conforme dados do Ministério da Saúde e das Nações Unidas.