Mais de mil médicos planejam deixar Israel e trabalhar no exterior após a aprovação da “lei de razoabilidade”, primeira etapa da controversa reforma judicial do atual governo, advertiu nesta terça-feira (25) a Associação de Saúde Pública Israelense.
“A vasta maioria dos médicos sabe que não poderá cumprir devidamente seu juramento sob um regime que não aceita o papel da razão”, alertou Hagai Levine, presidente da associação, segundo informações da rede de notícias Associated Press.
“As mudanças prejudicarão o setor de saúde pública e o sistema de saúde como um todo”, reiterou Levine, ao insistir que ao menos mil profissionais pediram transferência ao exterior desde segunda-feira (23), quando o Knesset aprovou a primeira etapa da reforma.
A “lei de razoabilidade” – que restringe os poderes da Suprema Corte para conter “excessos” do governo – foi deferida em sua segunda e terceira leitura por uma maioria simples de 64 dos 120 deputados, apesar das 29 semanas consecutivas de protestos no país.
Críticos acusam o premiê Benjamin Netanyahu de mobilizar uma mudança no regime rumo à autocracia. Aliados internacionais temem pela imagem da “democracia” no Estado colonial de apartheid, com grave prejuízo de relações públicas e investimentos
O maior sindicato do país, o Histadrut, que representa cerca de 800 mil trabalhadores, disse que se reunirá nos próximos dias para coordenar uma greve geral contra a reforma.
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