A ong Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou nesta quarta-feira (26) que as ações de Israel nas comunidades de Masafer Yatta, na Cisjordânia ocupada, incluindo transferência forçada dos residentes palestinos, podem equivaler a crimes de guerra.
A denúncia foi corroborada em coletiva de imprensa realizada em Amã, capital da Jordânia, na qual se discutiu a crise humanitária na Palestina.
“A pressão extraordinária aplicada por autoridades da ocupação israelense para transferir os residentes de Masafer Yatta impactou sua saúde física e mental”, explicou Enass Abu Khalaf, chefe de comunicações da MSF no Oriente Médio.
“Os palestinos de Masafer Yatta e seus arredores enfrentam duros desafios, como constante medo de deslocamento, demolição de suas casas, escassez de água, restrição de movimento e violência colonial”, acrescentou Abu Khalaf.
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David Cantero Pérez, chefe da missão da ong nos territórios palestinos, instou a comunidade internacional a assumir sua responsabilidade legal para proteger os moradores de Masafer Yatta das persistentes violações – descritas por ongs judaicas como “pogroms”.
“Cerca de 1.100 residentes de Masafer Yatta vivem sob ameaça de deslocamento à força, em violação da lei humanitária internacional, a qual Israel deve respeitar, assim como da Quarta Convenção de Genebra, representando, portanto, crime de guerra”, reiterou Pérez.
“Os moradores em Masafer Yatta estão sujeitos a todas as formas de violência”, prosseguiu. “Soldados entram nas aldeias à noite, impõem toques de recolher, restringem o movimento, conduzem treinos armados nas proximidades, confiscam veículos e demolem casas. Buscam tornar a vida insuportável”.
Como organização médica humanitária, declarou Pérez, a MSF condena as políticas de Israel e pede às autoridades que suspendam imediatamente os planos de despejo e as restrições a serviços básicos aos palestinos locais, incluindo cuidados de saúde.
“A comunidade internacional deve assumir medidas urgentes para proteger os residentes de Masafer Yatta e assegurar o respeito a seus direitos fundamentais”, concluiu.
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