A Espanha concedeu cidadania à enxadrista iraniana Sara Khadem (26), que deixou seu país natal devido à repressão do regime às mulheres.
Em dezembro passado, durante a Copa do Mundo de Xadrez, Khadem se recusou a usar um véu islâmico (hijab), conforme as rigorosas regras de vestimenta das autoridades esportivas do Irã.
Dois meses depois, em entrevista à AFP, Khadem confirmou que sua recusa se deu como solidariedade aos protestos que tomaram o país, após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, em custódia da polícia de costumes, em setembro.
Um parente alertou a enxadrista de que ela seria presa caso voltasse ao Irã, o que a levou a emigrar à Espanha junto do marido, o diretor de cinema, Ardeshir Ahmad, e seu filho de dez meses.
O casal obteve “visto ouro” para residir na Espanha, após investir ao menos 500 mil euros em imóveis. Em janeiro, Khadem se reuniu com o premiê espanhol, Pedro Sanchez, ocasião na qual ambos disputaram uma partida de xadrez.
Seis meses depois, como divulgado ontem no Diário Oficial, a ministra da Justiça, Pilar Llop, nacionalizou a atleta: “Em resposta às circunstâncias excepcionais referentes à sra. Sarasadat Khademalsharieh, confiro a ela cidadania espanhola”.
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