Na manhã de terça-feira, 18 de julho, ocorreu mais uma invasão à mesquita e seus pátios por dezenas de colonos, como tem sido uma prática comum. Sob a proteção da polícia de ocupação, esses colonos provocaram os palestinos presentes nos pátios da mesquita, resultando em sua forçada retirada para garantir a segurança dos invasores. Essas violações por grupos extremistas de colonos contam com o apoio oficial israelense, especialmente sob um governo de direita.
A invasão da Mesquita de Al-Aqsa constitui uma violação da liberdade de culto e é parte da política de judaização de Jerusalém após sua anexação e declaração como capital de Israel. Essa política continua e tem se agravado.
Desta vez, o ataque contou com colonos de um grande número de assentamentos, com 252 colonos acompanhados por dezenas de policiais israelenses participando da invasão. Essas incursões à Mesquita Al-Aqsa acontecem quase diariamente, aumentando em quantidade durante os feriados judaicos, como ocorreu em 25 de maio, quando centenas de colonos invadiram os pátios durante o Feriado Judaico da Colheita (Shavuot). Os palestinos são expulsos e proibidos de orar na mesquita nessas ocasiões, sendo forçados a rezar nos portões, becos e ruas próximas, uma situação que ocorre quando a polícia israelense fecha os portões ou instala postos de controle militares.
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Essas violações cometidas pelos colonos incluem ataques aos fiéis palestinos, passeios provocativos na mesquita e seus pátios, bem como na Cúpula da Rocha, além do ressurgimento de feriados religiosos judaicos no local. Tudo isso ocorre sob a proteção e conivência da polícia de ocupação, que também ataca os fiéis palestinos, reprimindo suas expressões religiosas e protestos contra as violações dos colonos. Muitos palestinos são detidos, principalmente homens e mulheres jovens. O fechamento dos portões da mesquita e a instalação de barreiras militares também fazem parte das medidas de restrição impostas.
O atual governo israelense, especialmente com figuras como o ministro da Segurança Interna, Ben Gavier, está envolvido em violações contra os palestinos em Al-Aqsa. No entanto, os palestinos rejeitam essa política e sempre enfrentam as violações, mesmo com o sofrimento decorrente das prisões, espancamentos e expulsões da mesquita. Essa situação representa uma escalada perigosa da segurança, não apenas na Mesquita de Al-Aqsa e Jerusalém, mas em toda a Palestina.
Vale ressaltar que Jerusalém é considerada terra ocupada desde 1967, e ações que afetam esse status legal são proibidas pelas decisões de legitimidade do direito internacional, incluindo as Convenções de Genebra e o Direito Internacional Humanitário. Apesar das críticas internacionais, Israel continua a seguir essa política de judaização.
Artigo publicado originalmente em inglês no Alternative Information Center em 22 de julho de 2023.
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