O Irã planeja impor o que vê como seus direitos sobre o campo de gás natural de Arash, ou Durra, em disputa na região do Golfo, caso as outras partes relevantes deixem de colaborar, alertou neste domingo (30) o Ministro de Petróleo, Javad Owji.
“Caso não haja boa vontade, Teerã buscará seus direitos e benefícios, incluindo exploração do campo de Arash e não toleraremos qualquer violação desses direitos”, comentou Owji, ao reiterar, porém, que seu país permanece aberto à diplomacia para demarcar suas fronteiras marítimas com Kuwait e Arábia Saudita, que reivindicam a área.
Na quinta-feira (27), seu homólogo kuwaitiano, Saad al-Barrak, sugeriu iniciar atividades de perfuração e produção no local, antes mesmo de solucionar o impasse.
Neste mês, Arábia Saudita e Kuwait voltaram a rejeitar as reivindicações iranianas, ao insistir na tese de “direitos exclusivos” de ambos os países.
A disputa de fronteiras entre Kuwait e Irã tem mais de seis décadas. Segundo alguns mapas, ao menos 70% das reservas do campo disputado – com até 60 trilhões de pés cúbicos de gás natural – situam-se em águas iranianas.
A disputa contrasta com esforços de reaproximação entre Irã e Arábia Saudita mediados pela China, conforme acordo assinado em março.
Em junho, o chanceler iraniano, Hossein Amir Abdollahian, declarou que seu país “não tem ressalvas” em expandir relações com o Kuwait, retomadas no ano passado.
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