Líder da oposição israelense exige paralisação da reforma para retomar negociações

O líder da oposição israelense e ex-premiê, Yair Lapid, estabeleceu um prazo de 18 meses de congelamento da reforma judicial como requisito para retomar negociações sobre os planos do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, reportou a mídia local.

Ao Knesset (parlamento), Lapid argumentou que, durante o período, seria possível ratificar leis referentes à supervisão judicial e separação dos poderes, embora sob a maioria absoluta de dois terços da câmara, como demonstração de consenso entre governo e oposição.

Lapid alegou que ambas as partes estavam próximas de um acordo sobre a chamada “lei de razoabilidade”, aprovada na última semana, que reduz poderes da Suprema Corte de avaliar excessos do executivo. Porém, segundo seu relato, os ministros Yariv Levin (Justiça) e Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) agiram para sabotar o acordo.

“Na segunda-feira, o presidente [Isaac Herzog, que age como mediador] e eu pensamos ter chegado a um consenso prestes a ser assinado”, insistiu o ex-premiê. “Mas Levin e Ben-Gvir bateram na mesa e ameaçaram dissolver o governo”.

Conforme Lapid, Netanyahu recuou, ao promover a lei em sua versão “mais extrema”.

“Desde então, o governo fala em retornar às negociações – para piorar ainda mais as coisas”, acrescentou o líder da oposição. “Como poderíamos voltar a dialogar com eles? Foi naquele momento que provaram a todos nós: não podemos confiar neles!”

A controversa reforma judicial mergulhou Israel em protestos de massa que já duram mais de 30 semanas. Críticos internos temem prejuízos à imagem da “democracia” israelense, ao acusar o premiê – réu por corrupção – de legislar em causa própria.

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