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Cidade palestina histórica de Sebastia enfrenta ameaça de ‘judaização’

Sebastia, cidade milenar do distrito de Nablus, na Cisjordânia ocupada, 30 de junho de 2023 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Palestinos alertam que a cidade histórica de Sebastia, na Cisjordânia ocupada, sofre ameaça de “judaização” nas mãos das autoridades de Israel – isto é, apagamento de sua identidade ancestral em favor de uma supremacia colonial judaica.

Sebastia é considerada “Patrimônio Mundial em Risco” pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

A história de Sebastia, na região de Nablus, data de até cinco mil anos. A prefeitura local, em cooperação com entidades palestinas, conduz obras de restauração e preservação nos sítios arqueológicos locais.

Em entrevista à agência Anadolu, Mohammad Azim, prefeito de Sebastia, denunciou o fato de que Israel está em fase definitiva de expropriação da cidade e seu patrimônio milenar, em nome de esforços de “judaização”.

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“Nossa prefeitura enfrenta diversos obstáculos para completar os trabalhos de restauro nos sítios arqueológicos de Sebastia, sobretudo porque a maioria destes recai entre as fronteiras da chamada Área C, conforme estipulado pelos Acordos de Oslo”, reiterou Azim.

Sob o segundo Acordo de Oslo, assinado entre Israel e Autoridade Palestina (AP), em 1995, a Cisjordânia foi dividida em três zonas. A Área C cobre 61% do território, sob controle militar e administrativo da ocupação israelense.

Forças israelenses costumam demolir propriedades palestinas na Área C, sob o pretexto de falta de alvarás, cujo acesso aos palestinos é virtualmente impossível.

Em maio, o governo israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovou um plano de 29 milhões de shekels (US$8 milhões) para investir no “desenvolvimento” das instalações históricas de Sebastia, em detrimento da identidade palestina local.

Segundo Azim, ataques contra Sebastia se intensificaram desde a posse do atual gabinete de governo. “Agressões com intuito de expropriar e judaizar a cidade histórica foram lançadas, com a desculpa de preservar estruturas e sítios arqueológicos”, observou o prefeito.

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Azim reiterou que Israel planeja cortar a cidade com uma estrada de uso exclusivo a colonos judeus, de modo que as obras possam causar a destruição de patrimônios históricos.

Desde a Nakba, ou “catástrofe”, em maio de 1948, Israel conduz não apenas a limpeza étnica dos cidadãos nativos sob ocupação como esforços de memoricídio em nome da colonização de terras palestinas ancestrais.

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