O ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, avalia mudar a posição da pasta sobre o partido de extrema-direita Aliança para União dos Romenos (AUR), conhecido por negar o Holocausto e exprimir posições antissemitas.
As informações são do jornal israelense Haaretz.
Israel vem fortalecendo laços com extremistas na Europa, contra orientações de diplomatas da chancelaria e especialistas do Yad Vashem, centro nacional de memória do Holocausto.
O partido de oposição AUR detém hoje 12% dos assentos no parlamento da Romênia.
Até então, a embaixada israelense em Bucareste mantém uma política de evitar contato com o grupo extremista. O governo israelense de Benjamin Netanyahu, no entanto, ordenou uma reavaliação dessa abordagem.
Entre as figuras que pressionam por uma aproximação com o AUR, está o militante colonial Yossi Dagan e membros de destaque do partido governista Likud.
LEIA: Protestos em Israel não são sobre democracia, mas ideologia
O AUR se opõe à inclusão do Holocausto na educação romena, ao descrever o fato histórico como “questão menor” e objetar aulas sobre o assunto como “experimento ideológico”.
O partido costuma exaltar também lideranças fascistas da Romênia que, durante a Segunda Guerra Mundial, auxiliaram no genocídio contra judeus. Alguns desses ídolos são associados a fascistas modernos inspirados pelo movimento Guarda de Ferro.
George Simion, chefe do movimento romeno, busca melhorar a imagem de antissemitismo do AUR ao cultivar laços com políticos da extrema-direita israelense. Simion é conhecido, no entanto, por tentar minimizar o papel de Ion Antonescu, líder fascista e colaborador nazista, nas atrocidades do Holocausto.
O gabinete de Cohen afirma que as tentativas do AUR de mudar sua abordagem sobre Israel são examinadas com cuidado. O Haaretz confirmou, contudo, que o Yad Vashem repudia de maneira veemente a aproximação entre as partes.
LEIA: Israel tem o governo ‘mais extremo’ já visto, diz Joe Biden