Dois policiais israelenses agrediram um palestino de 21 anos em sua custódia com armas de eletrochoque (taser), enquanto o detido estava algemado em um leito no hospital de Shaare Zedek, em Jerusalém ocupada.
Autoridades médicas registraram uma queixa na ouvidoria da polícia, relatou o jornal Times of Israel.
Em carta enviada nesta quinta-feira (3) às equipes e aos administradores do centro médico, o ministro da Saúde, Moshe Arbel, tentou minimizar a ação ao alegar que o suspeito passava por um episódio psicótico, controlado com sedativos.
No entanto, pouco antes dos médicos concederem alta, dois policiais presentes fecharam as cortinas em torno do leito e o torturaram com eletrochoques.
Um médico a serviço ouviu o ruído dos tasers e confirmou a agressão. Segundo seu relato, o uso da arma incapacitante foi desnecessário, dada a vulnerabilidade do paciente. O médico então reteve a alta até que o turno dos policiais se encerrasse.
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Nathaniel Lagami, advogado da Defensoria Pública, rechaçou o abuso perpetrado por Israel contra indivíduos em custódia, ao reivindicar uma investigação detalhada, de modo a “deixar claro que, na polícia israelense, não pode haver lugar para brutalidade policial”.
Os agentes negam a tortura, ao insistir que “o suspeito passou a perder o controle e tentou atacá-los, causando danos a si mesmo e a equipamentos médicos”.
Segundo a polícia: “O suspeito derramou um copo de água no oficial que o escoltava, gritou e balançou violentamente a cama, batendo a cabeça na parede; então, tentou arrancar seu acesso intravenoso e arremessou um vaso contra os policiais. Após sucessivos alertas, com o intuito de contê-lo, um taser foi usado”.
O paciente, no entanto, estava algemado à cama por ambas as mãos e uma das pernas.
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