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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Americanos de Gaza instam EUA a incluí-los em acordo de visto com Israel

Passaporte palestino em Gaza, 22 de março de 2022 [Said Khatib/AFP via Getty Images]

Titulares de passaporte americano com documentos palestinos e familiares na Faixa de Gaza  reforçaram apelos à Casa Branca para que sejam incluídos em um acordo entre Washington e Tel Aviv para isenção recíproca de vistos de viagem.

Com prazo até 30 de setembro para se adaptar ao programa, Israel disse flexibilizar o acesso de palestino-americanos por meio do aeroporto de Tel Aviv e da fronteira na Cisjordânia, ao permitir que duas mil pessoas entrassem no país.

Oficiais do Departamento de Estado em Washington reiteraram que a isenção de visto deve se aplicar a todos os cidadãos americanos, inclusive aqueles radicados em Gaza. O Estado de apartheid, no entanto, é conhecido por impedir palestinos na diáspora e seus descendentes de visitar suas terras ancestrais.

“Como palestino com identidade de Gaza, é uma decepção que o programa nos discrimine. Somos especificamente excluídos”, declarou à agência de notícias Reuters Hani Almadhoun, palestino-americano com raízes em Gaza.

Sob o programa, autoridades devem tratar todos os titulares de passaporte americano sem discriminação, não importa sua segunda nacionalidade. As restrições impostas por Israel aos  palestinos, no entanto, persistem como empecilho à ratificação do acordo.

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Da casa de sua família em Beit Lahiya, no norte de Gaza, Madhoun observou que o governo israelense rejeitou seu pedido para retornar aos Estados Unidos pelo aeroporto Ben Gurion, na periferia de Tel Aviv. Madhoun vive em Virgínia com a esposa e suas duas filhas nascidas em solo americano.

“Como americano, penso que eu deveria ter todos os benefícios previstos no acordo, porque os israelenses – mesmo aqueles que moram nos assentamentos ilegais – podem visitar meu país sem medo de assédio”, argumentou Madhoun.

Na quinta-feira (3), a Coordenadoria de Atividades do Governo nos Territórios (Cogat), órgão do Ministério da Defesa israelense que controla a presença civil na Cisjordânia, disse em seu site oficial que somente cidadãos binacionais com identidade de “Judeia e Samaria” poderão atravessar as fronteiras. A agência prometeu emitir até 15 de setembro diretrizes adicionais referentes a Gaza.

Uma fonte da pasta declarou à Reuters que Israel avalia atualmente um parâmetro aceitável para palestino-americanos que queiram viajar a Gaza. “Mais detalhes sobre o assunto serão publicados de maneira ordeira até setembro”.

Dos Emirados, um advogado palestino-americano com raízes em Gaza relatou como Tel Aviv decidiu devolvê-lo a Dubai, muito embora a embaixada israelense na capital do Golfo tenha supostamente autorizado a viagem.

“Isso mostra que infelizamente Israel mantém sua discriminação e desumanização, de forma consciente, contra cidadãos americanos que porventura também sejam palestinos”, concluiu o advogado.

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