Ahmed Najib Chebbi, chefe da Frente de Salvação Nacional (o maior bloco de oposição), instou que a Tunísia precisa de um governo de resgate nacional resultante de um diálogo nacional, “do qual o presidente Kais Saied não participe, pois rejeitou iniciativas anteriores de diálogo lideradas pelo Sindicato dos Trabalhadores com várias outras organizações que receberam o Prêmio Nobel da Paz.”
Em entrevista coletiva na sexta-feira na capital, ele acrescentou: “A Tunísia está em estado de desintegração e precisa de um governo de resgate no qual as várias forças políticas participem e tenham apoio político para que não fique isolada, mas possa salvar o país das crises pelas quais está passando.”
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Chebbi também criticou o novo primeiro-ministro Ahmed Al-Hachani, descrevendo-o como “figura pouco conhecida nos círculos políticos.”
Na noite de terça-feira, o presidente Saied decidiu encerrar as funções da primeira-ministra Najla Bouden e nomear Al-Hachani como seu sucessor.
A decisão foi amplamente rejeitada pela maioria das forças políticas do país, pois alguns a consideraram um passo do presidente Saied “para escapar” devido ao seu fracasso na gestão do estado, visto que ele monopoliza todos os poderes do país.
Outros questionaram a competência do novo primeiro-ministro devido à sua falta de experiência no campo político ou econômico, além de seu trabalho como diretor de assuntos jurídicos do Banco Central.
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