Nesta segunda-feira (7), a Rede Síria de Direitos Humanos denunciou o regime do presidente Bashar al-Assad por prender e torturar até a morte um cidadão deslocado que regressou a sua casa na cidade de Aleppo.
Muhammad Abdul Rahman Majo, do bairro de Khan al-Assal, foi expulso de sua casa devido à violência do regime, e se assentou na região oposicionista de Atarib. Em maio, retornou a Aleppo; em 15 de junho, no entanto, foi preso por forças governistas.
O grupo de direitos humanos reiterou que não havia qualquer mandado de detenção contra ele, tampouco notificação legal. O rapaz foi levado a um centro de detenção em Damasco e impedido de se comunicar com familiares ou advogados.
“Em 3 de agosto, a família recebeu notícias não-oficiais de sua morte em Damasco, por meio de um telefonema de agentes do regime. Dois dias depois, receberam o corpo”, reportou o comunicado.
O corpo de Muhammad foi devolvido com evidentes marcas de tortura. Conforme indícios, sob custódia do governo, o jovem foi privado de refeições ou cuidados médicos.
Sua família teme represálias do regime caso denuncie o crime na Promotoria Pública.
O caso contradiz alegações de países anfitriões de que a Síria está segura para o retorno dos refugiados. Estados europeus, Turquia e Líbano, por exemplo, pressionam pela repatriação, apesar de alertas de organizações humanitárias de que persistem os abusos do regime.
A Síria é assolada pela guerra civil desde 2011, quando o regime de Assad impôs repressão particularmente brutal contra protestos populares por democracia.
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