O exército da Argélia está pronto para enfrentar qualquer perigo, declarou seu comandante máximo, o tenente-general Said Chengriha, nesta terça-feira (8), em referência ao golpe de Estado no Níger, que incitou receios de repercussões em toda a região.
Durante visita à 1ª Região Militar de Blida, Chengriha afirmou que fortalecer as capacidades de defesa e modernizar os diversos componentes das Forças Armadas são alguns dos pilares estratégicos para enfrentar riscos e desafios.
“O Exército Nacional Popular da Argélia estará sempre pronto para qualquer perigo capaz de afetar a segurança do país, não importa tipo ou escala”, declarou o general.
Seus comentários coincidem com relatos de que as Forças Armadas argelinas ampliaram sua presença na fronteira nigerina, a fim de antecipar uma emergência.
Líderes da África Ocidental ameaçaram no domingo (6) investir contra os chefes do golpe no Níger, caso não libertem o presidente Mohamed Bazoum e restaurem seu governo.
LEIA: Jornal argelino sugere participação dos Emirados em golpe no Níger
O ministro de Relações Exteriores da Argélia, Ahmed Attaf, no entanto, alertou contra o uso da força para solucionar a crise.
“A Argélia apoia o retorno da legitimidade constitucional no Níger e está pronta para ajudar os nigerinos tanto quanto possível, caso nos peçam socorro para reunificar o país”, declarou o presidente argelino Abdelmadjid Tebboune, ao reafirmar, todavia, sua recusa categórica a uma intervenção militar.
Tebboune destacou que qualquer ação armada “resultará apenas em problemas”, ao citar a guerra civil na Líbia e na Síria, “onde a crise persiste de modo complexo”. Tebboune advertiu ainda que intervenções do tipo podem “atear fogo a todo o litoral”.