Documentos vazados do Ministério de Relações Exteriores do Irã revelaram que a Síria deve US$50 bilhões em recursos civis e militares transferidos nos últimos dez anos ao governo do presidente Bashar al-Assad.
Os documentos foram vazados pelo grupo de ativismo cibernético “Uprising Till Overthrow”, ligado ao grupo oposicionista iraniano Mujahideen-e Khalq (MEK).
Segundo as informações, os acordos com Damasco para reaver os “débitos” cobrem US$18 bilhões dos US$50 bilhões, a serem recuperados na forma de “investimentos e transferência de fosfatos, petróleo e outros recursos da Síria”.
Entre os arquivos, está um relatório sobre o “compromisso de investimento iraniano na Síria e pagamento de dívidas”, produzido pela vice-presidência para a Coordenação Econômica e de Infraestrutura em fevereiro de 2023. O relatório separa a dívida síria em duas categorias: civil e militar.
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O trecho de reivindicações civis afirma que “durante os dez anos de guerra na Síria, além de exportações de petróleo, o Irã pagou por linhas de crédito e conduziu outros pagamentos a Damasco, incluindo recursos em dinheiro vivo destinados ao governo”.
Em setembro de 2022, o Ministério da Economia e Comércio da Síria firmou um acordo com o Ministério de Desenvolvimento do Irã para devolver US$18 bilhões à república islâmica nos próximos 50 anos, segundo a mesma fonte.
Teerã não comentou o vazamento; todavia, a maioria dos projetos ou acordos incluídos nos documentos foram reportados pela imprensa estatal iraniana ao longo dos anos.
Teerã é um dos principais apoiadores internacionais do regime em Damasco, que trava uma guerra civil desde 2011, deflagrada pela repressão brutal a protestos por democracia.
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