Nayef al-Sudairy, embaixador da Arábia Saudita para Jordânia e Palestina, publicou uma foto da inauguração do consulado da monarquia em Jerusalém datada de 1947.
“Sob diretrizes de Sua Majestade, o falecido rei Abdulaziz bin Abdul-Rahman, em 1947, meu tio, Abdulaziz bin Ahmed al-Sudairy, promoveu que fosse estabelecido o consulado-geral da Arábia Saudita no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém”, afirmou al-Sudairy em sua página do Twitter, junto da imagem.
Na foto, diplomatas sauditas posam junto de uma placa que diz “consulado-geral”, tanto em árabe quanto em inglês, com o emblema da coroa em sua entrada.
No fim de semana, Riad formalizou a nomeação de al-Sudairy “embaixador não-residente do Estado da Palestina e cônsul-geral de Jerusalém”. O embaixador apresentou suas credenciais a Majdi al-Khalidi, assessor de diplomacia do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Amã, capital da Jordânia.
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“A indicação serve para conceder um caráter oficial às relações com a Palestina em todos os setores, incluindo político, social e econômico”, comentou al-Sudairy a jornalistas. “Estamos ansiosos pelo futuro promissor deste relacionamento”.
A postagem ocorreu horas depois de o ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, minimizar a importância da nomeação saudita. “Este é um delegado que se encontrará com representantes da Autoridade Palestina”, insistiu o chanceler a uma rádio local. “Haverá um oficial fisicamente sentado em Jerusalém? Não, não permitiremos isso”.
A monarquia não comentou as alegações de Cohen até então.
Vários países possuem cônsules incumbidos do relacionamento com a Autoridade Palestina, radicados em Jerusalém Oriental, dentre os quais, Turquia, França, Grécia, Suécia, Espanha, Bélgica, Itália e Vaticano.
Em 2018, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fechou seu consulado em Jerusalém, ao fundi-lo com sua embaixada transferida de Tel Aviv à cidade ocupada, medida que transgride a lei internacional.
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A maioria dos países não reconhece Jerusalém como capital de Israel. A anexação da cidade pelo Estado colonial permanece contrária ao direito às convenções internacionais.